Ignatios Fabeln portugiesisch
Übersetzt von ©Dirk
Danke für deine Übersetzung.
Fábula 1
O homem e o leão
Pontapés deu um homem deu pontapés a um leão que era de pedra. Falou alguém ao
leão:"Reconheces a força dele?" Respondeu-lhe este: "Se nós, os leões, dominássemos
a arte de escultura, verias muitos homens em pedra."
Fábula 2
A cegonha presa
Para apanhar grous montou um camponês montou uma armadilha para apanhar grous.
Com ela acabou por apresar também uma cegonha que lamuriou em voz alta. Disse-lhe
o camponês: "Não nego que és amigo meu. Porém, a armadilha que te apanhou, segura
também os maus."
Fábula 3
O lobo e o cão
O lobo viu um cão gordo com coleira. "Quem é que fez aquele engordar e o acorrentou
desta maneira?" perguntou. "O caçador" foi a resposta. Diz o lobo: "Não há lobo que
suportaria aquilo; pois prefiro a fome do que o peso de um tal colar."
Fábula 4
O leão medroso
O leão estava a dormir, de repente correu-lhe o rato por cima do pescoço. O leão levantou
se num pulo. Lá deu a raposa uma gargalhada, porém o leão retorquiu:
"Não tenho medo do rato. Estou apenas a mudar o caminho."
Fábula 5
O leão e o javali
O leão lutou com o javali pelo bebedouro. Os abutres observaram a luta dos animais
ferozes para ver se o vencido não podia tornar-se presa deles. Muito desiludidos teriam
ficado de vê-los amigos.
Fábula 6
A cigarra e a formiga
Como fazia frio, pediu a cigarra comida à formiga. Perguntou a formiga: "Porqué é que não
tens nada?" — "Quando era verão", respondeu-lhe a cigarra, "tinha tanta coisa para cantar."
— "Então deves agora no inverno", foi a reposta, "dançar em vez de cobiçar a comida alheia."
Fábula 7
O bode e a videira
Ao bode falou a videira "Estas a causar-me danos ao comer as minhas folhas; não há
outro verde mais fresco? Por muitos estragos que me fazes, vou encontrar maneiras de
doar vinho aos deuses pelo teu sacrifício."
Fábula 8
O rato na ferraria
O rato estava a carregar outro que tinha morrido de fome. Ele foi visto pelos ferreiros
que não esconderam a sua risada. No entanto o rato que estava vivo, disse em lágrimas:
"Ai! Nem um pequeno ratinho vocês consegem alimentar!"
Fábula 9
O cão ávido
Um cão estava a carregar um pedaço de carne junto a um riacho; quando se baixou
avistou dentro da água um segundo cão. Então abriu o seu focinho para apanhar
também a carne do outro; mas nisso caiu-lhe o primeiro pedaço que tinha tido na sua posse.
Fábula 10
Kypris e a sua criada
A Kypris desviou o amor de um homem para a sua própria criada. Aquela prestou todos
os dias homenagem à deusa, até que esta lhe disse no sonho: "Não me adores a mim!
Do homem, tenho pena dele; mas de ti não gosto nada!"
Fábula 11
O leão e os três bois
Eram uma vez três bois que iam para o pasto em harmonia de modo que mesmo o leão
feroz não deu que fazer a eles. Lá levou-os com a sua má lingua a hostilidade e conflito
entre eles e comeu-os, para azar deles, um atrás do outro.
Fábula 12
As rãs e a festa de casamento do Helios
Na festa de casamento do Helios divertiram-se as rãs. No entanto, alguém dirigiu-se a eles:
"Ai como vocês são estúpidos! Se já estremecemos dos raios deste Helios, quem é que vai,
quando ele concebe um filho, suportar o segundo?"
Fábula 13
O camelo tolo
Para ter chifres suplicou o camelo o Deus, que o acusou por isso de imbecilidade. E assim
torceu-lhe as orelhas e a cabeça, para que o camelo seja um nojo para todos.
Fábula 14
O veado vaidoso
Um veado, ao ver o seu reflexo numa fonte de água, ralhou com as suas pernas delgadas mas
regozijou-se com a sua armação. Porém, quando tentou correr para fora da moita a fugir do
leão, teve que morrer por causa da armação com a qual se tinha alegrado em vão.
Fábula 15
A raposa e o corvo
O corvo trincou um queijo pelo qual a raposa o enganou: "Grande ave, se tivesses voz,
tu serias o Júpiter." O tolo grasnou, e a raposa ficou com o queijo. "Sim, tu tens de tudo,
corvo", disse, "e vê que te arranjes também inteligência!"
Fábula 16
A galinha doente e o gato
A galinha, que tinha adoecido, foi surpreendida pelo gato. "Como é que tu vais com a tua
doença?" perguntou. Respondeu a galinha tremendo: "Se te afastasses de mim, teria uma
vida melhor que as corças."
Fábula 17
O camponês e a serpente
Um camponês acalorou uma serpente debaixo do seu manto durante a estação fria.
Mas quando ela sentiu o calor, matou à dentada quem lho tinha dado. Assim proceden os
malvados com aqueles que lhes fazem bem.
Fábula 18
O moço e o escorpião
O moço, ao apanhar gafanhotos, estendeu a mão a um escorpião. Este disse apenas:
"Não me toques! Se o fizeres, vais gemer de dor do peito profundo e perder também os
gafanhotes verdadeiros."
Fábula 19
O burro na pele do leão
Um burro, que andava com uma pele de leão sobre os seus ombros, julgou-se ele próprio
leão pois consegiu afugentar os pastores. Contudo, quando o encontraram sem a pele,
o moinho o lembrou da sua impertinência.
Fábula 20
O leão na luta com o arqueiro
O leão deixou-se levar a uma luta com um arqueiro. No entanto, quando foi atingido por
uma flecha, falou no meio dos animais: "Se aquele consegue enviar tantos mensageiros
destes, como é que será quando ele aparece em pessoa?"
Fábula 21
O lobo e o burro
O lobo, com os seus dentes, tirou ao burro um espinho. Mas quando pede a sua
recompensa, dá-lhe o outro um pontapé na cara. Aí falou o lobo: "Como pude eu,
carniceiro de profissão, mudar-me de maneira tão estúpida para o ofício do médico?"
Fábula 22
O avestruz preso
Era uma luta das aves contra os animais da terra. Lá prenderam o avestruz; pois ele fingiu
ser uma ave, mas também um animal da terra: às aves mostrava a cabeça, aos outros os
seus pés.
Fábula 23
A raposa e as uvas
Uma raposa, quando viu uvas numa grande videira, pulou e pulou, e depois de se ter
esforçado tantas vezes, desistiu e falou para si de consolo: "Deixa lá! Estas uvas são
demasiado verdes."
Fábula 24
O cavaleiro e o campestre
Um cavaleiro pediu a um campestre uma lebre e perguntou pelo preço quando a tinha nas
suas mãos. Ao mesmo tempo já estava a empurrar o cavalo. Falou o campestre:
"Não tenhas pressa! Eu dou-te-la de graça."
Fábula 25
A águia atingida
Era uma vez uma águia que tinha sido atingida no peito, lá estava ela sentada a desfazer-se
em lágrimas, pranteando a sua dor. Quando viu a flecha de pena, falou: "Ai ai! A pena
traz ao seu portador, a mim, a morte."
Fábula 26
O caçador cobarde
Falou uma vez o caçador cobarde a um pastor: "Se vires em qualquer parte a trilha do
leão, então avisa-me!" — "Eu próprio podia", foi a resposta, "se tu quiseres, mostrar-te-lo
de perto." — "Eu procuro apenas a trilha", disse o caçador, "e nada mais."
Fábula 27
A raposa faminta
Uma raposa penetrou numa cavidade profunda de uma árvore de Carvalho onde achou
o pequeno-almoço de um pastor. Ela comeu tudo e engordou ao ponto de não conseguir
esticar o seu corpo. Disse alguém: "Queres sair? Então fica novamente como estavas
quando entraste!"
Fábula 28
O moço vomitando
Um moço que numa festa comeu tripas de boi regurgitou e exclamou com voz alta:
"Os meus intestinos, mãe, estou a vomitar para fora!" Mas ela disse com uma risada:
"Não tenhas medo, filho; pois aquilo não é teu, estás só a vomitar o que te é alheio."
Fábula 29
A gralha com penas alheias
Guarnecida de penas alheias, gabou-se a gralha da sua superioridade diante os outros
pássaros. A primeira foi a andorinha a escolher a sua prenda merecida, a seguir fizeram-
no todos os outros; no final estava a gralha nua.
Fábula 30
O lobo e o grou
Um osso tinha ficado preso na garganta do lobo. O grou, que o tirou, pediu recompensa
pelo seu serviço. Então falou o lobo: "Perfeitamente intacto acaba de sair o teu pescoço da
minha garganta. Não contes com outra recompensa a não ser com esta!"
Fábula 31
A ovelha na torre e o lobo
Olhando de uma torre para baixo, insultou uma ovelha o lobo de ser feio e muito mau,
cheio de inveja. Para cima olhou o lobo e falou: "Não és tu, quem está a caluniar-me.
É a torre que primeiro te arma com tanta ousadia."
Fábula 32
O touro expulso
Do seu lugar foi expulso o touro por um carneiro que estava a fugir do leão feroz. Lá falou
o touro com suspiro: "Se não fosse o medo do leão que me metesse pavor, logo verias de
que é capaz um touro, e de que um carneiro."
Fábula 33
O lobo e o borrego
Fala um lobo ao borrego: "Não me turvaste noutro dia a água?" — "Nem sequer tinha
nascido ainda. Como podia ter turvado a água é que não sei." — "E mesmo que falas
verdade, tu és mesmo muito ruim."
Fábula 34
O carangueijo e a sua mãe
"Anda direito", disse ao carangueijo a sua mãe, "e não te desvias torto do teu caminho!" –
"Vai adiante mãe, e guia o teu filho! Quero ver então e seguir a tua trilha."
Fábula 35
O corno da cabra destroçado
Com o seu cajado o pastor destroçou um corno da cabra. Prontamente prostrou-se e pediu
alto em lamúrias: "Ai, suplico-te, não contes nada ao nosso amo!" Respondeu a cabra:
"Tanto mais alto vai falar o corno!"
Fábula 36
O burro vaidoso e o ídolo
Sobre os seus ombros carregou um burro a imagem prateada do Apolo, aos pés do qual
toda a gente, para o venerar, se prostrou.
Cheio de presunção, quis o burro deixar de ser burro, mas teve de ouvir: "Um Deus não és
não, apenas estás a carregar um."
Fábula 37
A galinha dos ovos de ouro
Era uma vez uma galinha que costumava deitar ovos de ouro. Pela cobiça pelo ouro
deixou-se deslumbrar o seu dono e matou a galinha, contando com mais ouro ainda.
Porém, a sua ganância por mais destruiu a sua dádiva de sorte.
Fábula 38
O leão enlouquecido
Uma vez o veado avistou o leão num estado de loucura. "Um grande azar para todos os
animais!" gritou então. "Se o leão já é difícil de suportar quando está bem de saúde, como
é que pode, quando está alienado, evitar desgraça?"
Fábula 39
A gata como noiva
Um homem levou uma gata como noiva para a sua casa, e a própria Afrodite participou na
festa de casamento. Porém, quando a noiva, sentada à mesa, avistou um rato, foi logo
atrás dele; pois a sua natureza, não a conseguiu alterar.
Fábula 40
A tartaruga e a águia
A tartaruga pachorrenta estava a querer ir com os pássaros. A águia então nela agarrou,
levou-a para o ar e deixou-a cair para cima de uma rocha onde estalou. Falou o animal
então: "Mais jeito me dá o meu peso do que a rapidez das asas!"
Fábula 41
A parte do leão
A caçada dividiu o leão com o burro e a raposa. "A primeira parte", falou, "é me devido como
repartidor. A segunda, devo tê-la por ser rei. E quem toca a terceira, vai conhecer-me melhor!"
Fábula 42
A mãe da rã esborrachada
Pelo casco do boi foi esborrachada a pequena rã. Lá falou a mãe furiosa: "Era assim tão
insuflado, tão grande?" Respondeu-lhe outra das crias: "Mesmo quando estás a dar luz,
nunca vais, mãe, parecer-te com ele."
Fábula 43
O pai e a serpente
Um homem, para se vingar da serpente pela morte do filho, danificou a sua rocha e pediu
depois amizade. No entanto a serpente falou: "Como é que pode haver entendimento
enquanto tu terás de ver a campa do teu filho e eu aquela rocha?"
Fábula 44
As lebres desanimadas
A morrer propuseram-se as lebres, em vez de continuar a viver, porque julgaram-se fracos
e sem utilidade. Mas quando ao lago quiseram atirar-se, recobraram o ânimo ao ver as rãs
fugirem.
Fábula 45
O carvalho, a cana e os salgueiros
O carvalho, abatido pela tempestade, estava a ser levado pela torrente. Lá perguntou à
cana e aos salgueiros como é que se mantinham de pé. "Bem, nós curvamo-nos ante o
vento. Onde ele te quebra, mantemo-nos firmes."
Fábula 46
A prova de tiro ao alvo entre Apolo et Zeus
Para uma prova de tiro ao alvo desafiou Apolo seu pai e apontou de leste a oeste a sua
arma. No entanto, Zeus adiantou-se a ele com um passo grande e virou-se para trás:
"Meu filho, diz-me, para onde devo atirar agora?"
Fábula 47
O Vento Norte e o Deus do Sol
O Vento Norte discutiu, quanda estava a fazer frio, com o Deus do Sol sobre quem conseguiria
primeiro fazer um homem despir-se. O Vento Norte soprou, e ainda mais apertou o pobre
os seus trapos; porém, quando se sentia aquecido, deu ao Sol o quetinha vestido.
Fábula 48
O leão, o burro e a raposa
O leão, o burro e a raposa foram para a caça, e quando o burro dividiu a caçada em três
partes foi dilacerado pelo leão. A raposa deu-lhe então a parte maior; a sorte do burro
tinha-lhe dado uma lição.
Fábula 49
A rapose e o arbusto
Ao tentar atravessar as grades de um curral, a raposa escorregou e segurou-se num
arbusto. Ela magoou-se na planta do pé, por isso descompôs o arbusto: "Contigo próprio",
falou, "deves ralhar, e não com a minha maneira de ser!"
Fábula 50
O mosquito e o touro
Um dia o mosquito estava sentado em cima do corno do touro; este apenas lhe deveria
pedir, achava, quando queria que ele voasse para outro lado. Porém, o mosquito ouviu:
"Como não reparei quando te sentaste, também não vou sentir nada quando te fores embora."
Fábula 51
O veado e o bosque de videiras
O veado, escondendo-se num denso bosque de videiras, foi perseguido pelos caçadores.
Por ter arrancado às videiras as suas folhas, foi com razão presa para eles.
Fábula 52
O astrónomo no poço
Um astrónomo ao contemplar as estrelas cai de repente para dentro de um poço. Fala um
que passou e que estava a ouvi-lo gemer: "Como a tua atenção, meu amigo, vai toda para
o céu, não vês o que se passa aqui na terra."
Fábula 53
O cavalo na briga com o javali
Numa briga estava o cavalo com o malvado javali, e como não estava em condições de
resistir ao seu ataque, entregou-se e procurou a amizade de um homem com muita
experiência para matar a besta.
Fábula 54
O homem com as duas amantes
Um homem, cujo cabelo estava mosqueado preto e branco, tinha duas amantes. Com o
passar o tempo tirou-lhe uma delas de todas as maneiras os cabelos pretos, e a outra os
brancos. Assim ficou o calvo e objeto de chacota para toda a gente.
Fábula 55
O corvo megalómano
Com o borrego roubado levantou-se a águia em direção ao céu; assim foi visto pelo corvo
que se experimentou do mesmo modo com o carneiro. O pastor apanhou-a e um moço
disse apenas: "Para mim o corvo; pois a águia contenta-se com ela própria."
Fábula 56
O ninho das andorinhas no telhado do tribunal
No telhado do tribunal fez a andorinha o seu ninho, e as suas crias foram mortas pela
serpente. Lá falou a andorinha:"Que desgraça! Lá onde mora o castigo, apenas recebi males."
Fábula 57
O burro enganado
Um burro, atravessando um rio, levava uma carga de sal: quando caiu, encontrou alívio do
peso da sua bagagem. No entanto mais tarde, quanda estava a carregar uma quantidade
de esponjas, deixando-se cair, pelo azar dele, morreu sufocado.
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